Rebeldia, inovação e transgressão: tudo isso faz parte da história do "vovô" Rock and Roll. Este gênero musical sempre andou em paralelo com moda, influenciando e lançando tendências até nos dias de hoje, afinal, mesmo tendo feito quase 60 anos no dia 13 de Julho, o Rock está sempre se renovando e criando novas vertentes. E é este jeito mutável que "cativou" o povo da moda, principalmente por causa da charmosa atitude Rock and Roll de ser inovador e criativo.
O mais interessante é que estas novas vertentes, como o Punk, Psicodélico, Heavy Metal, Moods, Indie, Grunge e lá se vão mais milhões de outras possibilidades, divergem visualmente uma das outras, seja porque surgiram em períodos diferentes, seja porque o ritmo difere. Todos os estilos do mundo do Rock influenciam as coleções e tendências de moda a cada estação. No momento, por exemplo, o Punk-Rock está forte (aliás, uma das vertentes que mais influenciou a moda, com seus rasgos, alfinetes, ironias, couro, botas, tachas e o cabelo moicano e colorido) e o Grunge também com xadrezes, tênis de cano alto e roupas largadonas e grandes.
Mas claro que o Rock não se resume somente as estas vertentes. Tendo início em 1951, nos Estados Unidos, nasceu da união dos ritmos country com a música negra feita no Sul do país, orhythm & blues. Ou seja, já surgiu de uma mistura bem diferente e rebelde, representado pela a sua figura mor: Elvis Presley. A sua forma de dançar balançando os quadris era um escândalo na época, assim como suas calças Jeans justas, cabelo com topete e muita jaqueta de couro. Todos que vieram em seguida dele ou junto, seguiam este estilo que ficou bem marcado dos anos 1950 e dois ícones permaneceram na imaginação de muita gente como peças "provocantes" do Rock: jeans e jaqueta de couro.
Anos Rebeldes
Nos anos 1960, quatro jovens ingleses de terno e cabelo cuia balançaram as estruturas do jeito roqueiro de ser. Os Beatles atingiram um sucesso absurdo e obviamente que seu estilo foi copiado mundo a fora. Era a época dos Moods. Aqui no Brasil, quem representava o estilo era a Jovem Guarda com Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
Nesta mesma época cheia de novidades e experimentações, conhecida como Anos Rebeldes por conta de muitas manifestações contra a Guerra do Vietnã, apelos à paz e revolução sexual, muita droga e doideiras afins, o Rock começa a ser representado por novos ídolos como Bob Dylan, Rolling Stones The Doors, Janes Joplin, só para citar alguns.
Todas estas novas caras da geração, juntamente com os Beatles - que viajaram para a Índia e mudaram sua forma de se vestir, deixando o cabelo e barba crescerem, usando chinelos, batas, jeans boca-de-sino e o figurino que conhecemos como Hippies, transformaram mais uma vez a estética do Rock. O jeans continuava, mas o couro preto saiu um pouco de cena, aparecendo mais através da camurça ou colorido e bordado. No Brasil, Raul Seixas e o grupo Secos e Molhados, misturam o lado rebelde e hippie no finalzinho dos anos 1960 entrando nos 1970.
Punks
Quando todos estes elementos vão para a década de 1970, misturam com novas mudanças que já fermentam no finalzinho dos 1960. Os punks começam na cena musical sendo bem agressivos, escrachados e com pitadas bem sensuais, de peças justíssimas, muito couro e tachas. Eram eles: os Sex Pistols, Ramones, The Clash.
Além deles, o Rock começa a virar um estilo mais massificado e juntamente com o nascimento do videoclipe, há a necessidade cada vez maior do estilo. Surgem as bandas com batidas bem carregadas e pesadas, é o povo do Heavy Metal, como Black Sabbath e Deep Purple, que usa muito preto (outra marca do Rock), símbolos como caveiras, cruzes, guitarras, e claro, muito couro e jeans. O cabelo? Enorme!
Dark X Disco
Além do lado “negro” do Rock, surge outra vertente que mistura elementos da Disco Music, fortíssimo estilo que rolava na época. Este pessoal, como Elton John, David Bowie, Queen e Yes buscaram mais elementos coloridos, com mais brilho e sapatos de plataforma. Tudo exagerado, andrógeno e grandioso. No oposto, o lado Dark do pessoal do The Cure.
Todas estas vertentes continuaram na década de 1980, se juntando agora a bandas com ritmos bem animados, que tinha gente que dizia que “não era Rock”. Era a tal da New Wave, dos The Smith, The Police, Talking Heads e também um estilo mais engajado e político, como o U2. Neste mesmo período no Brasil, ocorreu uma explosão do nosso Rock e até hoje existem muitos saudosistas desta época de Blitz, Ultraje a Rigor, Titãs, Barão Vermelho, Legião Urbana, Kid Abelha, Engenheiros do Hawaii, Os Paralamas do Sucesso.
Pronto, agora a salada era geral, que não se definia mais o que era roupa de “roqueiro”. Mas uma coisa continuava em comum: o jeans. Pode-se acrescentar aí os óculos escuros, que fazem parte da áurea misteriosa do músico.
Grunge e tattoos
E quando se achava que nada novo surgiria depois de uma década tão movimentada, com tantos novos ritmos e estilos de se vestir, eis que surgem bandas que misturam ainda mais ritmos diferentes, como Red Hot Chili Peppers da ensolarada Califórnia. A banda trouxe um elemento que já fazia parte do universo Rock and Roll, mas agora de forma mais efusiva: as tatuagens!
Junto com os animados RHCP, toda a galera da oposta e chuvosa Seattle, como o Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains explodiram mundialmente com seu estilo melancólico. Era o desleixado Grunge. Este estilo “grudou” com a moda de tal forma quando o estilista Marc Jacobs fez um desfile totalmente influenciado pelo Grunge com coturnos, meias 5/8, xadrezes, gorros, mesmo em país tropical como este, nunca se vendeu tanto a roupa baseada nos lenhadores das florestas de Seattle!
Ufa, seis décadas depois, a gente faz o que o Rock desde seu nascimento fez: misturar! Aproveite a onda roqueira e se influencia para soltar o seu lado mais rebelde e diferente, misturando estilos e tendências. Hey, ho, let’s go! (famoso “hino” dos Ramones!).
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